terça-feira, janeiro 17, 2006

Chovinhava

Desciamos a rua depois dos copos. Chovinhava e estava frio. Eu estava atrapalhada com as botas de salto, que raramente calço, a escorregarem nos paralelipípedos.
Já uma vez, naquela rua, nos tinha oferecido drogas duras - que das leves não havia! Por isso fiquei atenta ao moço que nos seguia de perto. Levantei a voz e fiz questão de me rir mais alto - criancices que de nada me serviriam em caso de perigo efectivo.
Às tantas o indivíduo murmura um tímido boa noite e conta-nos a sua história - passo a citar: uns "bacanos" com quem estava lhe tinham dito para ir comprar bebidas. Lembrava-se que tinha descido umas escadas e virado à esquerda. Agora, achava que tinha feito o inverso, ou seja, de regresso, teria virado à direita, mas não conseguia encontrar as escadas. Definitivamente perdido, decididamente apavorado. Escusado será dizer que cambaleava, trazia uma garrafa na mão e... estava praticamente em frente às escadas que procurava.
Continuámos a descer a rua, a maldizer a nossa sorte porque todos os doidos têm o hábito de vir ter connosco - parece carma, devo ter mesmo ar de tóto! - e a pensar se seriam tipos como aquele que votam Cavaco... Assim, meio perdidos, completamente atordoados. Se um tipo não sabe tomar conta do seu próprio caminho, como é que decide o resto? Cá estaremos nós para votar por ele, porque o mais provavel é mesmo ser abstencionista.
E a minha geração é que era rasca!!!
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